quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dilma nega problemas com o PMDB e diz que Temer ‘não está escondido’


A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, negou nesta terça-feira (19), em Goiânia, uma crise em relação ao PMDB, partido de seu vice na chapa, o deputado federal Michel Temer (SP). A candidata foi questionada sobre a ausência do peemedebista nas veiculações da coligação no rádio e na televisão. Desde o início da campanha eleitoral, Temer não apareceu na propaganda de Dilma.

“Eu não considero que haja problema com o PMDB na minha campanha. [...] Não é verdade. O PMDB, em sua grande maioria, tem apoiado minha candidatura e tem sido um partido excepcional. Tenho um vice de extrema qualidade e ele não está escondido”, afirmou Dilma.

A candidata do PT disse ainda que espera contar com o vice em sua propaganda eleitoral em breve. “Considero muito importante a presença dele na televisão e espero que ele apareça nos próximos programas”, afirmou.

No começo do mês, Temer coordenou um encontro de lideranças peemedebistas em Brasília em que a participação na campanha foi um dos temas da reunião. “Acho extremamente útil que agora estejamos todos unidos. O que se pleiteia é que o PMDB tenha mais presença”, disse Temer, na época.

Ciro Gomes
Dilma também falou sobre as críticas de Ciro Gomes – alçado à condição de um dos coordenadores de sua campanha – à coligação do PT com o PMDB, ainda na fase de pré-campanha. O deputado, que pleiteava disputar a Presidência, chegou a dizer que a aliança entre os dois partidos era "terreno fértil" para a corrupção e um "roçado de escândalos semeados".

“Ele fez algumas declarações com as quais eu não concordo, mas nós estamos em outro momento. Considero que o Ciro fez aquelas declarações quando ele estava em um momento especial, estava magoado, não seria mais candidato a presidente. Acho que não é essa a visão dele sobre o Michel. É aquela coisa, às vezes num momento de emoção a gente exagera e fala demais”, disse a candidata.

Dilma participa nesta noite de comício em Goiânia. À tarde, a candidata se reuniu com representantes de movimento em defesa da construção de moradias e chegou a receber uma carta com pedidos para o setor, caso venha a ser eleita.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dilma e Serra decidirão eleição para presidente no segundo turno



A eleição presidencial será decidida em segundo turno entre os candidatos Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), de acordo com os números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Com 99,99% das urnas apuradas, na madrugada desta segunda (4), a petista tinha 46,90% dos votos válidos (sem considerar votos brancos e nulos) contra 32,61% do tucano.

A quantidade de votos a ser apurada não é mais suficiente para Dilma vencer no primeiro turno. Para se eleger em primeiro turno, um candidato precisa obter mais da metade dos votos.

De acordo com o TSE, com 99,99% das urnas apuradas, Marina Silva, do PV, registrava 19,33% dos votos válidos, e Plínio de Arruda Sampaio, 0,87%.

Os eleitores terão que voltar às urnas no próximo dia 31 de outubro para decidir entre Dilma e Serra. O início da propaganda eleitoral do segundo turno no rádio e na TV está previsto para se iniciar na próxima terça-feira (5).

A candidata Dilma Vana Rousseff, 62 anos, é ex-ministra da Casa Civil. Na campanha eleitoral, contou com o engajamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo registrou recordes de aprovação – na última pesquisa Ibope, a avaliação positiva do governo alcançava 77%. Lula participou de vários comícios e declarou repetidamente o apoio à candidata, o que inclusive rendeu a ele multas por propaganda eleitoral antecipada.

Ela nasceu em 14 de dezembro de 1947 em Belo Horizonte (MG). No regime militar, atuou em organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada. Filiou-se ao PT em 2001, após ter deixado o PDT. Formada em economia, Dilma foi secretária de estado no Rio Grande do Sul. Em 2005, sucedeu José Dirceu na Casa Civil, que deixou o cargo após denúncia de envolvimento no caso chamado mensalão, em que parlamentares teriam recebido dinheiro para votar a favor de projetos do governo.

Antes de tornar-se candidata, Dilma revelou que estava se submetendo a um tratamento contra um linfoma, câncer no sistema linfático, mas disse que já estar curada.

José Serra, de 68 anos, foi deputado federal, senador, ministro da Saúde e do Planejamento, prefeito de São Paulo e governador do estado.

Durante a campanha, afirmou que é mais preparado e experiente do que Dilma para assumir o cargo de presidente. Não criticou o presidente Lula, e disse que, se eleito, manterá os progressos obtidos pelo atual governo. Defendeu, no entanto, que as políticas sociais de sucesso foram iniciadas durante o governo FHC, antecessor de Lula.

José Serra nasceu em 19 de março de 1942 na capital paulista, é casado e tem dois filhos. É formado em economia e engenharia. Iniciou a vida política no movimento estudantil. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante o regime militar, passou 13 anos no exílio. Ajudou a fundar o PSDB no final da década de 80.

Apoios

Antes da deflagração da campanha, o presidente Lula se empenhou em montar uma grande aliança política para sustentar a candidatura de Dilma. Além da adesão de aliados históricos do PT, como PSB e PC do B, incorporou à coligação o PMDB, um dos maiores partidos do país.

O PMDB indicou o vice de Dilma, o deputado federal Michel Temer, presidente da Câmara. Nos últimos dias de campanha, Lula chegou a dizer que esteve em mais eventos do que quando ele próprio foi candidato e disputou a reeleição, em 2006.

Em fevereiro deste ano, o instituto de pesquisa Ibope apontou Dilma com 25% das intenções de voto contra 36% de seu principal adversário, José Serra. Após o início oficial da campanha eleitoral, quando ela passou a ter a imagem colada à do presidente Lula, a candidatura decolou. No fim de agosto, ela atingiu 51% das intenções de voto contra 27% do tucano, o que indicava uma vitória no primeiro turno para a petista.

José Serra contou com o ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB) como aliado. Com alta aprovação, Aécio pediu votos para o correligionário no segundo maior colégio eleitoral do país. Serra fez aliança com o Democratas (DEM), que indicou o vice da chapa de Serra, o deputado federal Indio da Costa.

Figura importante do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não apareceu na campanha de Serra no primeiro turno. No começo, Serra chegou a usar imagens de Lula, mas, na reta final, o PSDB colocou na internet vídeos com ataques a Dilma.

Denúncias na campanha


A campanha eleitoral foi marcada por duas grandes denúncias. No começo de setemnbro, foi divulgado um esquema de vazamento de dados sigilosos na Receita Federal de pessoas ligadas ao PSDB. Veronica Serra, filha do principal adversário de Dilma, teve o imposto de renda acessado. A oposição culpou a campanha de Dilma pelo fato, mas ela negou relação e defendeu investigações sobre o assunto.

Duas semanas depois, às vésperas da votação em primeiro turno, surgiu uma nova denúncia: foram divulgadas suspeitas de tráfico de influência na Casa Civil, antes comandada por Dilma. A sucessora de Dilma, Erenice Guerra, antes auxiliar da então ministra, foi o alvo principal das acusações. Um empresário disse que o filho de Erenice cobrou propina para intermediar um contrato e indicou que o dinheiro iria para campanha da petista. Ela negou que houvesse vínculo entre as supostas irregularidades e sua campanha.

Após os escândalos, Dilma chegou a oscilar negativamente nas pesquisas de intenção de voto. Os episódios foram usados pela campanha do adversário José Serra. Se, no começo do horário eleitoral, Serra usou imagem de Lula na televisão e chegou a utilizar o nome do presidente em um jingle, o tucano passou a relembrar fatos críticos para o PT, como o escândalo do mensalão e passou a atacar a candidatura adversária.

Programas

No final da campanha, quem ganhou mais espaço e registrou crescimento nas pesquisas de intenção de voto foi a candidata do PV, Marina Silva. A ex-petista se colocou como uma "terceira via" para quebrar o que chamou de "plebiscito" entre Dilma e Serra. Uma das principais críticas de Marina contra os adversários foi o fato de os dois não terem apresentado programa de governo.

Novidade na eleição deste ano, os candidatos precisaram apresentar à Justiça Eleitoral, no registro da candidatura, documento com propostas de governo.

Dilma registrou um documento polêmico, aprovado em convenção do Partido dos Trabalhadores, que previa tributação de grandes fortunas, fim da criminalização de movimentos sociais, defesa da jornada de trabalho de 40 horas e combate ao monopólio dos meios de comunicação. No mesmo dia, o programa foi trocado por um mais ameno, exatamente o mesmo, mas sem os trechos que provocaram questionamentos.

Serra, por sua vez, protocolou dois discursos para apresentar suas propostas, o que também foi alvo de críticas. A campanha argumentou que o documento sintetizava o pensamento do candidato em várias áreas.

Marina Silva entregou documento em que se comprometia em manter a política econômica do país e ampliar os programas sociais.

Propostas

Durante toda a campanha do primeiro turno, a estratégia de Dilma foi garantir que, caso eleita, daria continuidade ao governo bem avaliado do presidente Lula. Ela propôs ampliar programas que se tornaram populares no atual governo, como Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Prouni.

José Serra também pregou, na campanha do primeiro turno, a continuidade desses programas. Chegou a propor um 13º para o Bolsa Família. Uma das principais propostas, criticada pela campanha petista, foi ampliar o salário mínimo para R$ 600.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Debate na TV Globo reúne quatro candidatos à Presidência



Quatro candidatos à Presidência da República participaram na noite desta quinta-feira (30) de debate promovido pela TV Globo nos estúdios da emissora no Rio de Janeiro.

Participaram do debate os candidatos Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), convidados por integrarem partidos com representação na Câmara dos Deputados.

Segundo a legislação eleitoral, dia 30 de setembro foi o último dia para realização de debates, bem como para a divulgação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, realização de comícios e uso de aparelhagem de som fixa entre 8h e 24h para promoção de candidatos.

O encontro durou cerca de duas horas e teve mediação do jornalista William Bonner. O posicionamento dos candidatos no estúdio foi definido por sorteio. Da esquerda para a direita, posicionaram-se José Serra, Marina Silva, Dilma Rousseff e Plínio de Arruda Sampaio. Foi o último debate antes da eleição do próximo domingo (3).

O debate foi dividido em quatro blocos. No primeiro e no terceiro blocos, os temas foram definidos por sorteio. No segundo e no quarto blocos, os temas foram livres. Cada candidato teve 30 segundos para perguntas, dois minutos para respostas, um minuto para réplica e um minuto para tréplica. Os candidatos ainda tiveram dois minutos cada um para considerações finais no último bloco.

As questões foram feitas de candidato para candidato. Para que todos os candidatos perguntassem e respondessem ao menos uma vez por bloco, houve um rodízio entre os candidatos para que o primeiro a perguntar fosse o último a responder.

Primeiro bloco
O primeiro tema sorteado foi legislação trabalhista. Marina Silva questionou Dilma Rousseff sobre como resolver a informalidade no mercado de trabalho. Em seguida, a candidata do PT perguntou a Plínio de Arruda Sampaio sobre sua política para o funcionalismo público. Após a resposta, foi a vez de o candidato do PSOL questionar José Serra sobre impostos, o terceiro tema sorteado. Previdência foi o assunto seguinte. José Serra questionou Marina Silva sobre suas propostas para o setor.

Segundo bloco
No segundo bloco, os candidatos puderam fazer perguntas com tema livre. A primeira a perguntar foi Dilma, que escolheu Marina para responder sobre ferrovias e hidrovias. Em seguida, Marina questionou Serra sobre propostas de ações em desastres naturais. Na sequência, Serra perguntou a Plínio sobre a importância e propostas para metrô. Em sua vez de perguntar, Plínio questionou Dilma, afirmando que a pergunta se estendia aos outros candidatos, se ela tem vergonha de seu partido.

Terceiro bloco
No terceiro bloco, os temas voltaram a ser sorteados. O primeiro foi habitação. Serra escolheu Marina e perguntou sobre o déficit habitacional no país. O segundo assunto sorteado foi segurança, e Marina questionou Dilma sobre como resolver o problema do setor no país. O tema seguinte foi saneamento e Dilma perguntou a Plínio sobre suas propostas na área. Para finalizar o bloco, Plínio elaborou questão a Serra sobre saúde. Questionou o candidato sobre sua suposta recusa em se comprometer a elevar os gastos em saúde a 10% do Produto Interno Bruto.

Quarto bloco
Plínio de Arruda Sampaio abriu o quarto bloco, que teve tema livre, e questionou Dilma Rousseff sobre redução de jornada de trabalho sem redução de salário, limite à propriedade de terras e cobrança de aluguel compulsório em imóveis vazios. Após réplica e tréplica, Dilma questionou Marina Silva sobre sua avaliação a respeito de ações do governo federal diante de crises externas. Em seguida, Marina escolheu os programas sociais como tema para questionar José Serra. Com direito a uma pergunta na sequência, Serra perguntou a Plínio sobre reajustes acima da inflação.

Os candidatos tiveram ainda dois minutos cada um para as considerações finais.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Marina Silva



Principal líder socioambiental no Brasil, Marina Silva é um exemplo de superação.

Em quase 30 anos de vida pública, ganhou reconhecimento dentro e fora do país pela defesa da ética, da valorização dos recursos naturais e do desenvolvimento sustentável. Uma reputação construída em mandatos de vereadora, deputada estadual e senadora – eleita sempre com votações recordes – e no período em que esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente, entre janeiro de 2003 e maio de 2008.

Nos cinco anos e quatro meses no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a ser vista também como gestora competente. Na pasta, uma de suas conquistas foi o Plano de Ação para Prevenção e o Controle do Desmatamento da Amazônia Legal, que contou com o esforço integrado de 14 ministérios. Graças ao projeto, o ritmo de desmatamento da Amazônia caiu 57% em apenas três anos, passando de 27 mil km² para 11 mil km² ao ano. Mais de 1.500 empresas ilegais foram desmanteladas, com a prisão de 700 pessoas. A apreensão de madeira somou um milhão de metros cúbicos.

Iniciativas como essa aumentaram sua projeção internacional. No final de 2007, o jornal britânico “The Guardian” incluiu a então ministra entre as 50 pessoas que podem ajudar a salvar o planeta.

Primeiros anos

Maria Osmarina Marina Silva de Lima nasceu em 8 de fevereiro de 1958 em uma pequena comunidade chamada Breu Velho, no Seringal Bagaço, no Acre. Seus pais, nordestinos, tiveram 11 filhos, dos quais três morreram. A mãe morreu quando tinha apenas 15 anos. A vida no seringal era difícil. “Eu acordava sempre às 4h da manhã, cortava uns gravetos, pegava uns pedaços de seringuins, acendia o fogo, fazia o café e uma salada de banana perriá com ovo. Esse era o nosso café da manhã”, conta.

Na adolescência sonhava em ser freira. “Minha avó dizia: ‘Minha filha, freira não pode ser analfabeta’”, lembra. O desejo de aprender a ler passou então a acompanhá-la. Aos 16 anos, contraiu hepatite, a primeira das três que foi acometida. Seu histórico de saúde ainda inclui cinco malárias e uma leishmaniose. Essas fragilidades a levaram a Rio Branco em busca de tratamento médico. Aproveitou a oportunidade para também se dedicar à vida religiosa e, ao mesmo tempo, estudar. Obteve a permissão do pai e deixou a floresta.

Na capital acriana, para se sustentar, passou a trabalhar como empregada doméstica. Revia as lições durante as madrugadas. O progresso nos estudos foi rápido. Entre o período de Mobral, no qual aprendeu a ler e a escrever, até a formação em História transcorreram apenas dez anos. Sua formação foi complementada posteriormente com a pós-graduação em Psicopedagogia.

A vocação social se revelou quando deixava a adolescência. Marina se inscreveu em um curso de liderança rural e conheceu o líder seringueiro Chico Mendes. Passou a ter contato com as idéias da Teologia da Libertação e a participar das Comunidades Eclesiais de Base. Em 1984, ajudou a fundar a CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Acre. Chico Mendes foi o primeiro coordenador da entidade e Marina a vice-coordenadora.

Parlamento

Filiada ao PT, Marina disputou seu primeiro cargo público em 1986, ao concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados. Ficou entre os cinco mais votados, mas o partido não atingiu o quociente eleitoral mínimo exigido. Os sucessos eleitorais de Marina começaram dois anos depois, ao se eleger vereadora, a mais votada de Rio Branco. Uma de suas primeiras manifestações foi devolver o dinheiro de gratificações, auxílio-moradia e outras mordomias que os demais vereadores recebiam sem questionamento.

Com atos como esse, atraiu a ira dos adversários políticos ao mesmo tempo em que obtinha um reconhecimento popular que se manifestou na eleição seguinte, em 1990, quando se tornou deputada estadual, novamente com votação recorde. Em 1994, aos 36 anos, chegou a Brasília como a senadora mais jovem da história da República. Foi reeleita em 2002, com votação quase três vezes superior à anterior.

No Senado, foi a primeira voz a defender a importância de o governo assumir metas para redução das emissões de gases do efeito estufa. Em 2009, o Planalto anunciou, finalmente, a adoção dessas metas. Também cobrou do Executivo federal e do Congresso a inclusão da meta brasileira, com os percentuais para a redução das emissões de gases do efeito estufa até 2020, no Plano Nacional de Mudanças Climáticas, que seria aprovado e sancionado pelo presidente antes da realização da Conferência de Clima (COP15), em dezembro, em Copenhague.

Ministério

No Ministério do Meio Ambiente, Marina Silva trabalhou por políticas estruturantes baseadas em quatro diretrizes básicas: 1) maior participação e controle social; 2) fortalecimento do sistema nacional de meio ambiente; 3) transversalidade nas ações de governo; 4) promoção do desenvolvimento sustentável.

No governo do presidente Lula, Marina buscou transformar a questão ambiental em uma política de governo, que quebrasse o tradicional isolamento da área. Foi assim que o governo passou a exigir, nos projetos hidrelétricos a serem leiloados, a obtenção da licença prévia para que a viabilidade ambiental dos empreendimentos fosse avaliada antes da concessão para a exploração privada. Também baseado nessa diretriz, o ministério, por intermédio do Ibama, passou a ser ouvido prioritariamente antes da licitação dos blocos de petróleo.

Em 13 de maio de 2008, pediu demissão do ministério. Em carta ao presidente Lula, afirmou que deixava o cargo por conta das dificuldades que enfrentava dentro do governo. “Esta difícil decisão, Sr. Presidente, decorre das dificuldades que tenho enfrentado há algum tempo para dar prosseguimento à agenda ambiental federal”, afirmava Marina, que voltou para o Senado.

Em 19 de agosto do ano passado deixou o PT. Em comunicado ao partido, manifestou seu desacordo com uma “concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida”. Onze dias depois, anunciou sua filiação ao PV.

Pré-candidatura à Presidência

Em 16 de maio deste ano, Marina lançou sua pré-candidatura à Presidência e anunciou o empresário Guilherme Leal como seu vice. Em seu discurso durante encontro do PV em Nova Iguaçu (RJ), a senadora disse esperar que o país saia da próxima eleição com um novo “acordo social”, que integre avanços dos governos passados e aponte para uma economia de baixo carbono. Lembrou conquistas dos governos Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, entre elas a estabilização econômica e a redução da pobreza.

Prêmios

A lista de prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais mostra a expressão internacional conquistada pela senadora. Além de ser incluída na lista do jornal “The Guardian”, conquistou o “2007 Champions of the Earth”, o principal prêmio da ONU na área ambiental. Em outubro de 2008, recebeu das mãos do príncipe Philip da Inglaterra, no palácio de Saint James, em Londres, a medalha Duque de Edimburgo, em reconhecimento à sua trajetória e luta em defesa da Amazônia brasileira – o prêmio mais importante concedido pela Rede WWF. Em 2009, recebeu o prêmio Sophie da Sophie Foundation, concedido a pessoas e organizações que se destacam nas áreas ambientais e do desenvolvimento sustentável, em Oslo, Noruega. Também em 2009, recebeu da Fundação Príncipe Albert 2º de Mônaco o Prêmio sobre Mudança Climática (Climate Change Award), em reconhecimento à sua contribuição para projetos na área do meio ambiente, ações e iniciativas conduzidas sob a ótica do desenvolvimento sustentável.

Casada, Marina Silva tem quatro filhos. Mesmo sem entender a regra de impedimento em um jogo de futebol, a candidata do PV se declara torcedora do Palmeiras.
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